Dreamworks
Dreamworks, produtora cinematográfica com a sede em Burbank, Califórnia, conhecida pelos seus fantásticos filmes de animação, foi fundada no dia 18 de Outubro de 1994, por Steven Spielberg, David Geffen e Jeffery Katzenberg, sendo o último o director executivo.
Depois de várias mudanças, vários sucessos e alguns fracassos a DW conseguiu tornar-se numa das produtoras cinematográficas mais conhecidas e prestigiadas de sempre.
No início a DW tinha 5 divisões:
Dreamworks television: produtora de televisão, responsável por séries como “Spin city”,”Las vegas”,”United states of Tara” e “Band of brothers”.
Dreamworks records: produtora de música, fundada em 1996 e distribuída por subdivisões da Universal Music Group,com uma subdivisão em Nashville. A DWR não atendeu as expectativas e foi vendida, em Outubro de 2003, a UMG.
Dreamworks animation: Estúdio de animação, formado após a fusão com a companhia de animação digital Pacific Data Images em 1998.
Dreamworks interactive: criadora de video-jogos, comprada pela EA em 2000.
Dreamworks studios: produtora de filmes “live-action”,lançou o seu primeiro filme,”the peacemaker”, em 1997,depois de ter produzido algumas séries em 1996. Apesar de ter produzido alguns filmes de sucesso, a DW foi vendida à Paramout pictures, em 2005,com excepção a DWA.
Em 2006, a PP vendeu parte da DW à Soros Strategic Parteners e a Dune Entertainment II.
Em 2008,com fim do contracto com a PP, a DW fechou acordo com a Reliance ADA Group, uma firma de investimentos indiana.

Ao longo dos anos a Dw fez vários co-financiamentos com algumas empresas, tais como: - Universal Pictures
- Walt Disney Pictures/Touchstone Pictures
- Sony Pictures
- Warner Bros.Pictures
- Paramount Pictures
-20th Century Fox
- Nicklodeon Movies

E lançou vários filmes:
Live-action: - “The peacemaker” (1997)
- “Amistad” (1997)
- “Saving private Ryan” (1998)
- “American beauty” (1999)
- “Gladiator” (2000)
- “Meet the parents” (2000)
- “The Mexican” (2001)
- “A.I” (2001)
- “Minority report” (2002)
- “The ring” (2002)
- “Millennium actress” (2003)
- “The cat in the hat” (2003)
Filmes animados: - “The prince of Egypt” (1998)
- “The road to El Dourado” (2000)
- “Spirit: stallion of the Cimarron” (2002)
Stop-motion: - “Chicken run” (2000)
- “Wallace and Gromit: the curse of the were-rabit” (2005)

Dreamworks animation: Em 1997 a DW SKG formou uma parceria com a PDI, criando assim a DWA, sendo esta a única divisão que manteve, com um estúdio localizado em Glendale, California e o outro localizado em Redwood, California.
Em 2007 a DWA anunciou que ia passar a produzir os seus filmes apenas em 3D,a começar com o filme “Monsters VS. Aliens”.
Em 2008 a DWA começou a produzir na Índia, onde estabeleceram uma unidade especial na technicolor SA, empresa que fornece produtos electrónicos a empresas de entretenimento, chamada DW dedicated Uni, começando apenas com programas de televisão especiais, tais como “Merry Madagascar” e “Scared Shrekless”.
Em 2012 a DW fez parceria com a China e estabeleceu uma base em Shangai, chamada Oriental DW.
Durante estes anos todos a DWA já recebeu 2 Academy Awards, vários Annie e Emmy Awards.
Até 2013 a DWA lançou 27 filmes, entre eles os sucessos como:
- “Antz” (1998)
- “Chicken run” (1998)
- “Shrek I, II, III, IV” (2000, 2004, 2007, 2010)
- “Madagascar I,II,III” (2005,2008,2012)
- “Kung fu panda I,II” (2008,2011)
- “Monster VS. Aliens” (2009)
- “How to train your dragon” (2010)
- “Rise of the guardians” (2011)
- “the Croods” (2013)

Projectos em curso: - “How to train your dragon II (2014)
- “The penguins of Madagascar” (2015)
- “Kung fu panda 3” (2015)

Bastidores: processo de produção
Introdução: para a DWA produzir um filme demora cerca de 3 a 5 anos.
Guião: bons filmes surgem de boas ideias/conceitos.
Algumas das ideias são originais, no entanto outras são inspiradas por uma variedade de fontes, incluindo livros infantis e/ou BD. Assim que tem uma ideia fixada, o primeiro passo é escrever um guião.
Storyboard: depois de o guião estar pronto, entregam-no aos artistas “storyboard” ou organizadores gráficos. Imaginando como as palavras se vão transformar em acções e imagens os artistas “storyboard” fazem uma série de esboços no formato de B.D, para contar e dar vida a história.
Assim que os directores e produtores aprovam os esboços, os desenhos são fotografados e postos todos juntos para criar a “story reel”.
Durante 18 meses os artistas trabalham o filme nesse formato, combinando-o com música, efeitos sonoros e dialogo.
.Desenvolvimento visual: Quando o ”story reel” estiver pronto o departamento de desenvolvimento visual começa a planear o aspecto do filme, desenvolvendo o estilo, os tons, a cor e o aspecto artístico geral de todas as sequências.
Tudo tem que ser desenhado, desde as personagens principais até ao mais pequeno promenor; milhares de desenhos, pinturas, diagramas, esculturas e mais tarde modelos, os artistas de desenvolvimento criaram um mundo de fantasia e personagens para contar a história.
.Stereo 3D: desde o filme “Monster VS. Aliens” (2009), todos os filmes da DW foram produzidos em 3D. O processo para criar filmes em 3D requer mudanças no processo tradicional CGI (Computer Generated Imagery), introduzindo novas oportunidades técnicas e criativas; está integrado em todos os aspectos de produção da DWA, a partir do desenvolvimento visual, ao layout até a finalização do filme; o processo “stereoscopic” traduz a visão criativa do director num ambiente visual envolvente. O processo “stereoscopic” na DWA permite aos artistas contar histórias de novas maneiras criativas, através da interacção da câmara com as personagens e o espaço a sua volta, envolvendo ainda mais o público.
Casting: O “storyboard” está terminado, as personagens e os cenários criados, precisam de encontrar vozes para si e começar a gravar os diálogos; fazer o casting para um filme computorizado é diferente de fazer um casting para um filme live-action. Como as personagens foram criadas primeiro, os produtores estão mais preocupados com a voz dos actores do que com o seu aspecto. Normalmente a DWA grava os actores a representarem os seus papeis, para os ajudar, como referência, no resto da produção do filme.
Modelagem e Rigging: usando os desenhos escolhidos dos milhares produzidos, os modeladores vão construir um modelo digital, uma espécie de modelo de argila, no computador.
-Modelagem: os modeladores criam os objectos “físicos” no mundo virtual dos filmes; os artistas de modelagem esculpem digitalmente as personagens e cenários dos filmes através da colaboração com o departamento de arte para perceber os conceitos de design, como formas de 3D tangíveis. Os modeladores começam com uma escultura de “arame” a que chamam “armadura”, que transforma o projecto em geometria funcional, o que dará ao animador a capacidade de mover a figura 3D da maneira que for necessária para obter a articulação desejada.
Rigging: os responsáveis por “montar” a personagem com o esqueleto, roupa, cabelo, etc., avaliam os modelos vindos do departamento de modelagem e determinam como é que as personagens se irão mover, onde os ossos, músculos e gordura devem estar, debaixo da pele e quão realista ou “cartoony” as suas acções devem ser no filme.
Articulações e várias operações matemáticas são depois implementadas por todo o corpo, cabelo, roupa e rosto das personagens, para fazê-lo “dobrar-se” e “deformar-se” como uma criatura viva.
Finalmente trabalham com os animadores para projectar e construir um extenso conjunto de controlos, para que os animadores possam trazer este “fantoche digital” a vida.
Layout: o layout ou esboço tem duas partes distintas:
-“Rough layout - etapa na animação CG entre os “storyboard”, animação e Layout final. No rough layout, os artistas interpretam e recriam os desenhos feitos a mão dos painéis “storyboard” 2D num ambiente 3D CG. Ao fazer isso, esses artistas determinam o posicionamento e movimento inicial da câmara, juntamente com o primeiro aparecimento e encenação do personagem.
- Layout final -trabalhando com versões iniciais da iluminação, efeitos e ambientes. Assim que o “rough layout” é aprovado pelo director, os artistas do layout final pegam na animação e substituem os esboços dos personagens e ambientes com os desenhos finais aprovados anteriormente e fornecem um cenário decorativo; isto permite ao animador dos personagens adicionar as encenações finais a animação e todo o processo de produção restante pode começar.
Animação de personagens: uma vez que o filme é animado, o layout final aplica-se a qualquer polimento nas câmaras adicionais e ajustes nas novas encenações dos personagens adicionais pelos animadores.
Uma vez que a sequência funciona bem no layout os animadores começam a dar vida as personagens no computador. Eles articulam os milhares de controlos que foram criados durante a fase de “armação” do personagem para trazer cada personagem a vida e para sincroniza-os com as performances de voz.
Surfacing: quando saem da modelagem, as personagens, adereços e cenários são planos e cinzentos.
Os artistas “surfacing” adicionam as cores e texturas às personagens, adereços e cenários, tornando as suas superfícies lisas e brilhantes como vidro, rugoso e esburacado como a terra, macio e felpudo como a lã, etc.
Depois de terem terminado os cenários os artistas”surfacing” trabalham com a luz para desenvolver o “aspecto” final do filme.
Efeitos: uma vez que os movimentos das câmeras estam definidos e os personagens animados, o próximo passo são os efeitos.
Num filme “live-action” é fácil filmar “coisas” como folhas ao vento, ondas na praia ou mesmo pegadas na areia. Na animação por computador essas coisas simples são todas concebidas e animadas pelos artistas de efeitos.
Iluminação: os artistas de iluminação utilizam o computador para “pintar” com luz, elevando a cor final, aspecto e iluminação do filme. Com a iluminação é a primeira vez que conseguimos ver a animação, as superfícies, relva, árvores, água, multidões e os efeitos a trabalhar todos juntos.
Som: os designers de som criam e gravam efeitos sonoros, ambientes e “foley” para criar as texturas e camadas de som que enriquecem a história.
Os artistas “foley” criam efeitos sonoros que são específicos para cada filme, como o roçar de roupas, portas a abrir e fechar, vidros a quebrar, etc. O compositor escreve a música que aumenta e melhora o ritmo da história do filme. A música ajuda o público a acompanhar a acção e momentos de emoção dentro da história.
O diálogo, música e efeitos sonoros são montados na fase da mistura de som. Os níveis de áudio, equalização, perspectiva e tratamentos são adicionados como faixas e misturados na versão final do filme.

Catarina Matos